quinta-feira, 21 de junho de 2007

Estudo do Meio

Que interessante a “oficina”da profa Ligia sobre “estudo do meio”ou “trabalho de campo”, mobilizou em mim um assunto sempre recorrente na vida do professor, como juntar teoria e prática? Ou ainda, como sair da sala de aula com os alunos?
Que coisa mais interessante que você disse: “estudo do meio” é estarmos dentro e, no mesmo momento nos distanciarmos em um movimento dialético onde não há separação entre teoria e prática.
Entre os professores o trabalho de campo vem se apresentando como “uma prática escolar” que as vezes aparece socializada entre colegas em forma de relato de experiência e raras vezes aparece como uma prática escolar fundamentada.
No entanto hoje ouvimos você Ligia, falando de uma forma tão abrangente colocando a sala de aula como “o lugar do acontecer” o “lugar da voz”.
A palavra que vem carregada emoções, a palavra que é vida.
Por trabalharmos com as palavras as vezes não nos damos conta de sua força. Nem mesmo refletimos sobre a realidade em que vivemos e que pode ser materializada no discurso pela linguagem.
O trabalho de campo, como alargador dos conhecimentos, abrindo a sala de aula.Que imagem clara se formou em mim a partir de sua fala.
Quando propomos aos alunos “trabalho de campo”a classe entra em efervescência considerando quase uma excursão e portanto um lazer . E prazer e trabalho continuam separados. O trabalho, como vocês sabem, vem do latim “tripalium”que era aquele garfo do diabo, portanto na sua origem significava castigo. Então estudar e trabalhar não podem estar associados ao prazer.
O professor levar o aluno ao “campo”no lugar do acontecimento e avançar para ir alem da compreensão do que é visível usando da dinâmica da interação colocando o aluno como sujeito produtor de seu espaço e portanto mais próximo a exercer a tão falada cidadania.

Acho Ligia, que todos que ouviram sua fala saíram com outra visão do trabalho de campo. Espero ter aberto um debate sobre o assunto.

Vou voltar a reler alguns autores que você comentou. Obrigada pela oportunidade dessa reflexão.

Abraços Helia

terça-feira, 12 de junho de 2007

Conhecer a cidade em que vivemos...

Entre as cidades e os seres humanos existe uma relação muito forte que na maioria das vezes não é percebida nem entendida. Apesar das semelhanças que todas as cidades possuem, como ruas, casas, comércio, praças, todas se diferem uma da outra, pois, assim como nos conta Ítalo Calvino em "Cidades Invísiveis", a história e pessoas de cada uma delas são únicas.

Na pressa do dia-a-dia esquecemos de olhar para a cidade em que moramos e ver quantas foram as transformações por quais ela passou. Os lugares de 50 anos atrás provavelmente não são mais os mesmos, mas algumas casas ainda testemunham um passado. Um passado que muitas vezes nós vivemos.

A história da cidade é também a nossa história, pois a vida sempre está localizada num espaço e num tempo. Quando somos crianças gostamos de brincar nos parques e praças, quando jovens escolhemos onde namorar e conversar e, quando mais velhos, nos lembramos de todos esses lugares em que um dia estivemos presentes. Para aqueles que habitam a cidade muitas são as ruas que fazem parte de sua história.

Assim, essa identidade que se estabelece entre a vida humana e o espaço e tempo nos mostra que conhecer a cidade em que vivemos é conhecer a nós mesmos.



Avenida 7 de setembro na década de 50
Avenida 7 de setembro em 2007