terça-feira, 25 de setembro de 2007

Mapas conceituais dos eixos temáticos

Este é um trecho da apresentação do "Sumaré na sala de aula", que será publicado junto com os atlas escolares. Foi reproduzido para que os professores tenham acesso aos objetivos que nortearam a organização dos atlas de Sumaré.

"Os dois atlas escolares apresentam recortes de Sumaré sob cruzamentos de tempos e espaços escolhidos com o fim de possibilitar que tanto crianças como adultos vejam por meio de distintas “janelas” imagens que lhes sejam significativas, que sejam evocativas de memórias e que abram diálogos com suas experiências cotidianas.
A definição desse tipo de aberturas (apoiada no entendimento de territorialidade vinculada ao cotidiano dos alunos) levou-nos a estabelecer a “área de influência” de cada uma das escolas, de maneira que os mapas foram divididos em pranchas do tamanho A4 que cobrem os bairros onde moram os alunos que freqüentam escolas municipais do ensino fundamental. A composição do “Meu Primeiro Atlas de Sumaré” segue os recortes espaciais resultantes dessa subdivisão da área urbana cruzado com os tempos de formação da cidade: a sede de Rebouças, o distrito de Nova Veneza e o bairro do Matão.
Os recortes apresentam o território em desenhos criados sob a visão de alunos que participaram das atividades de ensino durante a realização do projeto, de maneira que o “olhar” trazido por uma criança dialogue com outras que usarem o atlas. Ã critério dos professores que participaram do projeto outras “janelas” foram incluídas por meio de depoimentos de moradores, textos de alunos, fotografias ou referencia ao patrono da escola.
Assim que o primeiro módulo do projeto iniciou nos deparamos com a ausência de informações mais seguras sobre as referencias culturais dos alunos. Esse é um conhecimento fundamental para compreender o contexto local das escolas. Delineamos, então, uma pesquisa - diagnóstico a ser realizada durante o primeiro semestre de 2006 pelas professoras tutoras com o objetivo de levantar um perfil das referencias culturais dos alunos.
Em cada escola foram entrevistados 10% dos alunos, selecionados através de sorteio, com igual distribuição de sexo, idade - série, bairro de moradia. Os resultados desse diagnóstico constam da primeira seção deste livro, circunstanciados pelos tutores no contexto de sua escola.
A partir desses resultados e de estudos sobre Cultura e Currículo, estabelecemos os seguintes eixos problematizadores que nortearam os recortes temáticos dos atlas escolares.: cidade e natureza, estado e cidadania, identidade e pertencimento, trabalho e consumo. Esses eixos deram rumos para a articulação das atividades de ensino e definiram também a seqüência dos textos de fundamentação da terceira parte deste livro
Na verdade, esses eixos são desdobramentos de um principal - a identidade cultural sob efeito das descontinuidades sociais criadas pela globalização, gerando conflitos e violência ao mesmo tempo em que estabelece vínculos com valores ditados pelo mercado de consumo. "


quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A linguagem dos mapas

Já deve ter acontecido alguma vez com você: Quando chega o momento de introduzir a linguagem dos mapas no ensino de algum conteúdo curricular dá aquele medo!

Muitas vezes nós mesmos, professores, nos questionamos se relamente sabemos a finalidade de um mapa. Seria só para nos localizar no espaço? Apesar disso não ser pouca coisa, a cartografia nos auxilia na interpretação de várias questões, tanto geográficas, como históricas e ambientais.

Para Ivanilton de Oliveira o mapa é uma forma de comunicação e para que as informações que ele veicula seja bem compreendida é importante explorarmos todas as propriedades da cartografia. Neste sentido, o texto do professor nos ensina um pouco mais sobre os referenciais de localização e orientação e, principalmente, sobre o título e a legenda de um mapa, potencializando o trabalho com o Atlas de Sumaré.

Vale a pena ler!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Mapas conceituais no planejamento curricular

Nunca havia lido nada sobre mapas conceituais e me impressionei com o texto de Ítalo Dutra sobre o assunto. Ao tentar fazer um mapa conceitual sobre um tema que acreditava já dominar, pude perceber que organizar o conhecimento e demonstrar como ele foi construído é algo muito dificil de se fazer. Contudo, notei que este é um desafio enfrentado por professores todos os dias, pois, afinal, o que estamos fazendo quando planejamos uma aula? Tentamos didáticamente estabelecer relações, construir conceitos e produzir conhecimentos... Estou errada?
Desse modo, acho que os mapas conceituais podem ajudar na elaboração de um currículo e de planejamentos bimestrais, principalmente porque, ao ser utilizado, este instrumento é capaz de nos indicar o quanto podemos melhorar o nosso conhecimento sobre o assunto nele tratado!

Para quem quiser saber mais sobre esse assunto acessem o site Podcast EscolaBR e procurem por Mapas Conceituais, lá existe muitos materiais interessantes!

Um abraço

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Identidade e educação

O conceito de Identidade muito presente nos discursos educacionais está sujeito a um debate controvertido e sofre forte carga ideológica.
As disciplinas escolares que mais abordam esse tema são Historia e Geografia sempre ligando-o a cidadania. Em consenso os educadores valorizam Identidade, mas ainda falta leitura e mais discussões a respeito. Vamos usar nosso blog para juntarmos o que pensamos sobre o assunto?
Pela tradição humanista, a educação tem se preocupado em despertar nos alunos o interesse pela compreensão “de quem somos?”, e “como somos conscientes de nossa identidade?”. Para isso é claro precisamos nos voltarmos a questões ligadas a identidade humana. Temos que buscar no passado social (cultural) e particular (familiar) pois precisamos de nossa identidade para podermos “olhar o outro”. Identidade se forma no movimento dialético entre o cultural e social e individual.
Sabemos que a disciplina escolar História teve uma grande preocupação com a formação da Identidade Nacional, e que a escola pregava a mito da igualdade racial. Quem de nós em qualquer momento da vida estudantil não leu a respeito das “três raças formaram o povo brasileiro índio, negro e branco”. Sempre colocados artificialmente no mesmo patamar de importância.
E hoje frente à globalização, onde mais que a raça o que discrimina e exclui é a classe social, achamos que um debate sobre identidade torna-se muito importante para que os professores possa situar-se nessa intrincada questão.
Segundo Silvia Novaes (1993: 24)

É importante perceber que o conceito de identidade deve ser
investigado e analisado não porque os antropólogos decretam
sua importância (diferente do conceito de classe social, por
exemplo), mas por que ele é um conceito vital para os grupos
sociais contemporâneos que os reivindicam.

A identidade é muito utilizada no plano do discurso para a criação de um coletivo generalizado que esvazia o sentido. Por exemplo: os discurso começam assim: “nós índios, nós professores, nós negros , nós mulheres”. Esses “nós” se referem no discurso a uma identidade que pretende a obtenção de uma igualdade, mas que na realidade, não se verifica de maneira muito efetiva.
A identidade pode ser formada e transformada, continuamente, de acordo com a forma como é representada nos sistemas culturais que a rodeiam.
Nessa linha, podemos pesquisar por que as pessoas possuem diferentes raízes de uma mesma identidade, adquiridas nos diferentes ambientes que freqüentam.

Vamos pesquisar juntos sobre esse instigante tema?
O blog poderá nos ajudar!

Abraços Hélia

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Estudo do Meio

Que interessante a “oficina”da profa Ligia sobre “estudo do meio”ou “trabalho de campo”, mobilizou em mim um assunto sempre recorrente na vida do professor, como juntar teoria e prática? Ou ainda, como sair da sala de aula com os alunos?
Que coisa mais interessante que você disse: “estudo do meio” é estarmos dentro e, no mesmo momento nos distanciarmos em um movimento dialético onde não há separação entre teoria e prática.
Entre os professores o trabalho de campo vem se apresentando como “uma prática escolar” que as vezes aparece socializada entre colegas em forma de relato de experiência e raras vezes aparece como uma prática escolar fundamentada.
No entanto hoje ouvimos você Ligia, falando de uma forma tão abrangente colocando a sala de aula como “o lugar do acontecer” o “lugar da voz”.
A palavra que vem carregada emoções, a palavra que é vida.
Por trabalharmos com as palavras as vezes não nos damos conta de sua força. Nem mesmo refletimos sobre a realidade em que vivemos e que pode ser materializada no discurso pela linguagem.
O trabalho de campo, como alargador dos conhecimentos, abrindo a sala de aula.Que imagem clara se formou em mim a partir de sua fala.
Quando propomos aos alunos “trabalho de campo”a classe entra em efervescência considerando quase uma excursão e portanto um lazer . E prazer e trabalho continuam separados. O trabalho, como vocês sabem, vem do latim “tripalium”que era aquele garfo do diabo, portanto na sua origem significava castigo. Então estudar e trabalhar não podem estar associados ao prazer.
O professor levar o aluno ao “campo”no lugar do acontecimento e avançar para ir alem da compreensão do que é visível usando da dinâmica da interação colocando o aluno como sujeito produtor de seu espaço e portanto mais próximo a exercer a tão falada cidadania.

Acho Ligia, que todos que ouviram sua fala saíram com outra visão do trabalho de campo. Espero ter aberto um debate sobre o assunto.

Vou voltar a reler alguns autores que você comentou. Obrigada pela oportunidade dessa reflexão.

Abraços Helia

terça-feira, 12 de junho de 2007

Conhecer a cidade em que vivemos...

Entre as cidades e os seres humanos existe uma relação muito forte que na maioria das vezes não é percebida nem entendida. Apesar das semelhanças que todas as cidades possuem, como ruas, casas, comércio, praças, todas se diferem uma da outra, pois, assim como nos conta Ítalo Calvino em "Cidades Invísiveis", a história e pessoas de cada uma delas são únicas.

Na pressa do dia-a-dia esquecemos de olhar para a cidade em que moramos e ver quantas foram as transformações por quais ela passou. Os lugares de 50 anos atrás provavelmente não são mais os mesmos, mas algumas casas ainda testemunham um passado. Um passado que muitas vezes nós vivemos.

A história da cidade é também a nossa história, pois a vida sempre está localizada num espaço e num tempo. Quando somos crianças gostamos de brincar nos parques e praças, quando jovens escolhemos onde namorar e conversar e, quando mais velhos, nos lembramos de todos esses lugares em que um dia estivemos presentes. Para aqueles que habitam a cidade muitas são as ruas que fazem parte de sua história.

Assim, essa identidade que se estabelece entre a vida humana e o espaço e tempo nos mostra que conhecer a cidade em que vivemos é conhecer a nós mesmos.



Avenida 7 de setembro na década de 50
Avenida 7 de setembro em 2007